Candidaturas são, na maioria das vezes, sonhos. Começam no campo pessoal, mas para avançar precisam ter engajamento coletivo. Ninguém é candidato de si mesmo. O postulante a um cargo tem que atentar para três coisas: sua relação com a comunidade, suas virtudes e uma assessoria que lhe garanta condições para que possa ampliar seu eleitorado. Para que as coisas se manifestem, o candidato precisa encontrar imagens, metáforas, comparações, de modo que o eleitor possa "o encontrar". Cada pessoa tem de ser entendida como um elo, um ponto de contato que se inicia. Para materializar sua vontade, é necessário que haja um conjunto de conhecimentos e técnicas que o levem a dialogar com o todo. Há muito venho insistindo que não é a propaganda que faz candidaturas, e sim um conjunto de coisas, entre elas a preparação do candidato. O ambiente digital tem enganado muita gente. Midiatizar "coisa" boa é um atalho para a vitória, mas antes é preciso se transformar em um produto bom. Não se faz marketing político vendendo propaganda, principalmente a enganosa. A diferença entre quem é reeleito sucessivas vezes e quem é derrotado está em entender a proporcionalidade do voto. Quem faz 50 pode conseguir 5, 10, 50, 100, 200 mil... O céu é o limite. A relação nesta escala reside em saber vender aquilo que o eleitor quer. Pensa em ser candidato? Estou por aqui e posso te ajudar.
É preciso conhecer o "produto". Este é o ponto de partida de meu trabalho. Pensar em você é a principal missão. Visão de mundo e atuação nos meios vão determinar o tamanho da tarefa. Conhecer o mercado e a presença social são fatores fundamentais.
Para convencer alguém a votar em você é preciso estabelecer noção de valor. Esta é a principal relação e fundamento do marketing. Ninguém compra algo se não tiver valor envolvido na troca. Colocar uma ideia na cabeça das pessoas é a ponte para se ter percepção.
Todo político precisa entender que para ser competitivo no mundo digital é preciso estar na cabeça das pessoas. Pertencer ao seu cotidiano. Para isso, planejamento, mudança de atitudes, equipe e comunicação são fundamentais para se obter sucesso.
O mercado é desigual. Enquanto você “pensa” em ser candidato, os que estão no mandato já o são desde que foram eleitos. Não basta presença nas redes, é preciso conexão, ideias, projetos e atitudes. Nem sempre aquilo que você pensa o mercado acolhe.
A pesquisa é um dos instrumentos mais eficientes do marketing. Ela é uma ferramenta de aprimoramento e desenvolvimento daquilo que chamo de “coisas”. O pesquisador deve seguir o que os números apontam, assim sua chance de erro é menor, pois depositamos credibilidade e integridade às relações de quem faz a pesquisa, de modo que não há margem para achismos, imposição ou atitudes obscuras. Também demonstra lealdade com os eleitores e mostra preocupação com o que a sociedade pensa. Decisões gerais por força de grupos revelam desprezo ao que o eleitorado tem como verdade. A pesquisa deve ser usada para resolver problemas que muitas vezes não são detectados por nosso “radar”. Algumas delas levam a entender aquilo que nem mesmo está no consciente da massa pesquisada. São estudos que buscam decodificar a cultura para entender certos fenômenos. Ela vai muito além da propaganda - alinha ideias e torna produtivos governos e instituições, levando também ao eleitor percepções que muitas vezes fogem ao cotidiano dele. Muitos políticos têm obtido sucesso ao entender que as pesquisas e o marketing precisam não só estabelecer a comunicação mais fiel com a comunidade, mas, acima de tudo, levar credibilidade.
O que a empatia significa? Como desenvolver, praticar, possuir, trabalhar, se colocar no lugar do outro? É uma habilidade social? É possível ensinar? Empatia tem a ver com o marketing político e pessoal? É possível medi-la? Gera pontos no mercado de trabalho ou é um facilitador para quem busca emprego? Em um dos trabalhos que realizei na universidade, a questão da empatia no marketing político foi o centro das atenções. Não sei se você já parou para observar, mas a grande maioria dos eleitos, tanto no Executivo como no Legislativo, tem na empatia sua grande aliada e, em muitos casos, único trunfo. Isso porque ela é uma espécie de antídoto à intolerância, que cresce cada vez mais com a radicalização das ideias em rede. Em uma estratificação simples e contagem aleatória, percebi que candidatos identificados como empáticos tinham mais votos que os que contavam apenas com apoio de segmentos. Dos mais de 100 eleitos analisados, 82% tinham atitudes ou se mostravam empáticos com as pessoas. Que tal treinar a empatia?
A grande maioria dos eleitos tem na empatia sua grande aliada
Um dos bordões mais destacados na política brasileira é o "Rouba, mas faz". Por esta lógica, é possível entender que quem ostenta o bordão é ligado à corrupção. Os escândalos são sempre prejudiciais para os políticos, porém é importante analisar - e este é o objetivo deste texto - como o interesse do eleitor pode ampliar ou atenuar...
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